GAIVOTA POESIA

Os meus sonhos...

Transparência de nós dois

Dilacerando nossas almas

Em redemoinho constante,

Transpondo o mesmo caminho

Em estradas separadas

Como solitário errante!

Os meus sonhos...

Onde cruzamos nossos medos

Antigas pegadas na areia

Deixaram nossos segredos,

Sobre o tapete vermlho do Sol- pôr

Jogamos fora,todo o nosso amor!

No escuro da noite,

A luz apagada,

E eu desesperada

Sem conseguir dormir nada!

Batiam as horas...

Contei-as quase todas,

Sentindo medo, desespero,

Querendo pensar em coisas boas!

Mas só o tormento,

A ansiedade e aflição,

Coabitavam comigo

Dormir foi em vão!

Virei-me na cama

Pedi Paz ao Senhor,

Porquê tanto sofrimento

Porquê tanta dor?...

Rezei e chorei

Precisava descansar...

A Deus implorei

Para minha alma acalmar!

Sem dormir continuei,

E já tão desesperada,

Da cama me levantei

Completamente alterada!

Pensei...por breves momentos

Que ando aqui a fazer?

Preciso encontrar a Paz,

Hoje, tenho que morrer!...

Fui sem rumo...

À procura de um lugar

Um canto, um tapume,

Para meu corpo repousar!

Não queria ser encontrada...

Queria dormir o sono eterno,

De uma vez por todas

Ficar descansada...

Procurando na morte

A Paz que tanto quero!

Nunca mais...

Deixarei que me roubem a alma,

Nunca mais...Permitirei

Que a minha boca calem!

Nunca mais,,,

Será igual,

Ao que foi o passado,

Nunca mais...

Consentirei,

Que me falem em pecado!

Nunca mais...

Direi sim,

Querendo dizer não,

É hora de perceber

De que lado está a razão!

Nunca mais...

Serei a mesma,

Por muito que possa viver,

Nunca mais...

Direi que não sei,

Sabendo o que quero ser!

Nunca, nunca...

Nunca mais!...

Uma gaivota voava

Sobr o céu da Terceira

As suas asas batendo

Como se fosse a primeira...

Uma esperança trazia

A quem a via chegar

No azul do infinito

Voava sem canseira

No mar molhava o bico

A terra vinha pousar

Como se fosse a primeira...

Uma gaivota voava

Sobre o céu da Terceira

Junto à costa sobranceira,

Trazia o cheiro a maresia

Por vezes pousava na areia

Como se escrevesse poesia...

Deixando suas pegadas

Voltava de novo a voar

Como se fosse a primeira!...